Sede - por Maria Estela Ximenes


SEDE

 

            Ele acordou sedento, querendo concluir todas as tarefas que ficaram pendentes no dia anterior. Tarefas atrasadas de dias anteriores. Afazeres  intermináveis, uma batalha contra o tempo. Satisfazer as pessoas ao redor, dar um basta  para as situações que não cessavam  de chegar.

            Continuamente a palavra quase estava presente em  seu cotidiano e nas suas  ações – quase concluía,  quase deu certo, quase.  

            No trabalho, abraçou inúmeras tarefas, quis modificar algumas mas acabou   não concluindo nenhuma. Recebeu ligações, absorveu mais problemas, quis fugir. Alguém chamou a sua atenção, outro o elogiou, mas foi a  crítica  recebida  que predominou em  seu cérebro.    

            Durante o dia ele vive um estado de agitação, durante a noite  sufoca os monstros. Monstros que sugam as suas energias e o fazem correr freneticamente. É nessa corrida que ele  desperta com tremenda sede - sede decorrente do acúmulo de tarefas   que contribui para  que  ele  deixe de olhar para si e    viver as coisas da alma.  

         A sede e o desejo de superação são maiores do que ele, maiores do que os seus braços, gigantes diante do estado de paz que ele necessita e ignora. Então a sede o maltrata, e continuará  maltratando enquanto ele  não perceber que são os pequenos passos aliados a pequenos  goles que vão matar a sua sede.

            Sedento    ele permanecerá enquanto reter o aguaceiro  da vida, porque as coisas da alma não correm, elas caminham. Bem nutridas elas  são capazes de fluir  positivamente evitando tamanha sede.

 

 

 

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