A nossa relação entrou desesperadamente numa roda viva
como os dados lançados que não se equilibram entre os pares e ímpares
caindo entre o princípio e o fim e sem algo que nos surpreendesse
ou corrigisse toda a estupidez que anulava o nosso amor.
Tu reclamavas ser Deus e gritavas que eu era o Demónio...
o herói e o imortal contra a inutilidade da minha pessoa
para quem nem sequer devia lastimar a minha morte
pois tampouco interessava a esse teu tão brilhante destino.
Mas às vezes há estímulos que nos restitui uma vez mais ao mundo
como quando o amor de outro homem se nos aninha no peito
e nos devolve a imortalidade que tu sempre reclamaste para ti
sem notares nesta ou noutra qualquer das tuas estúpidas vidas
o quanto te tornaste patético por abandonares este meu amor sentido.
João Paulo Bernardino – Escritor