Um colo ou um abraço - por Maria Estela Ximenes

Um colo ou um abraço - por Maria Estela Ximenes

UM COLO OU UM ABRAÇO

 

Dias desses,  uma cena prendeu a minha  atenção. Uma criança de uns dois anos chorava copiosamente e gritava para a sua mãe pedindo colo; todos que estavam na loja ouviam o pedido desesperado.

Um colo, certamente acompanhado de um abraço apertado. Um gesto fácil de ser executado,  sem preço ou  alta soma em dinheiro.

E de repente,  a rotina atribulada, os afazeres intermináveis impediam  um par de  braços de  erguerem e acalentarem  aquele ser  necessitado.

A inocência e a face vermelha da criança, no esforço de reivindicar da mãe o colo não compreende o compasso do tempo. Daquela mãe cujos braços estão ocupados com mercadorias e que a todo instante observa aquele pequenino ser ao seu lado. Os braços que poderiam oferecer  o colo estão ocupado por causa da  pressa. É a   pressa de realizar  tudo:  sair,  trabalhar , estudar, cozinhar, comprar,  dormir. É a pressa para ser feliz, sem refletir que muitas vezes, a felicidade se faz em rápidos instantes. Quantas vezes alguém desanimado se encanta com um simples sorriso de uma pessoa que há muito tempo não via? Ou se acalenta  com um  abraço de boas vindas?

Apenas  um colo, ou um   abraço; e tem que ser agora, imediatamente,  não é  para  amanhã,  porque ambos também tem pressa. Os sentimentos  têm  pressa e  precisam ser saciados. Porque nem  todos têm  a coragem de pedir um colo, ou uma abraço, ainda que necessite de ambos  desesperadamente.

E talvez por isso, juntamente com o admirável instinto materno,  a  mãe depositou   as mercadorias num  canto, ergueu os braços   e atendeu o doce  desejo da criança. Simples assim.

 

publicado em 02/05/2014

   

 

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