Manual de Instruções - por Mirian Menezes

Considero-me uma leitora razoável (Sim, razoável!), porque, sempre somos superados em vários aspectos e não há como dizer “sou isso”, ou “aquilo”. Não somos nada! Nosso estado é transitório!

Voltando ao assunto... Considero-me uma leitora razoável, mas nunca gostei de ler manuais de instruções. Quebro a cabeça, manipulo o objeto, passo por uma sucessão de ensaios e erros, mas não pego o bendito material, que me irrita (Esta é a palavra certa!). Apesar desta aversão natural, tenho sentido um desejo irresistível de adquirir um “portador de texto” que ainda não exista no mercado. Será?! Só sei que a “não existência” do objeto é excitante! Que bom que ele não existe, pois, se existisse... talvez eu perdesse o interesse pela mercadoria! Quantas contradições!

Bom! Curiosos... Nesse mundo contemporâneo, considero que um manual de instruções seria bem vindo!

Desde a infância, minha família sempre fez questão de enfatizar que a vida não possui manuais... que se aprende a viver, vivendo... que se aprende a caminhar, caminhando... de acordo com as diversas situações... Aprendi também que a Bíblia é o melhor manual de instruções... Se fosse muçulmana, seria o Alcorão... Se não tivesse crença alguma... não sei o que seria... mas, além de todas as opções, sinto falta de um Manual de Instruções, que me auxilie a trabalhar meus parodoxos, que me anime a lutar contras as injustiças... que me ajude a “corticalizar” certas emoções, enfim, que me ensine a coexistir com os demais seres humanos do Planeta. Sinto-me correndo contra o tempo, em busca de algo que nem sei explicar. Que angústia!

Tenho vivido situações atípicas, nos planos: individual e coletivo de minha vida. Observo o mundo: as aberrações, as situações inusitadas e não tenho encontrado “pé”, nem “cabeça”, em algumas coisas que vejo. Enorme é a dificuldade que sinto, para exercer minha humanidade, e, se alguém espera que eu dê exemplos de situações, inspiradoras desta crônica, acho que não consigo citar cenas concretas... Isso me dá o direito de abusar das reticências em meus textos! Além da aflição contínua, vejo-me, constantemente, em estado de reflexão, o que me estimula desejos, como de esvaziamento e de desligamento temporário do cérebro! (Calma! Trata-se de uma metáfora!) Na verdade, sinto enorme desejo de esvaziar-me, para dar lugar a outros pensamentos, que fujam de meus discursos enraizados!

Se alguém conhecer alguma livraria, em que haja em estoque, um eficiente MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA A VIDA... recomende-me ou não me recomende! Estou com o Cartão de Crédito em mãos, para parcelar o pagamento em quantas vezes forem necessárias. Mas não aceito autoajuda! Sem qualquer tipo de preconceito, para mim, este tipo de literatura não funciona! Preciso de um livro de “ajuda mútua”, para que possa me reconstruir de maneira dialética, num diálogo com o “outro”, diferente e semelhante em tudo à minha estrutura...

Perfeito... Escrevi o meu anúncio, nessa coluna, e espero não encontrar compradores e/ou vendedores desta ideia idiota, que acabei de lançar na crônica, pois meu objetivo não é negociar... é apenas “cronicizar” o que reflito... Já temos, então, um bom começo, ou um belo fim, ou uma questão? (Risos!) Temos uma provocação, ou uma crônica mal acabada... mal iniciada... ou, quem sabe, uma “não crônica”?! Responda você, leitor! Beijos!

 

 

Publicado em 19/02/2014

 

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