O Tempo e Nós - por Silva Neto

 

Costumamos ouvir nos noticiários sobre o tempo: “faz sol em São Paulo e a temperatura neste momento é de 32°, porém a sensação térmica é de 36°”.

 “Sensação térmica?...” será que existe? Aliás, estamos envolvidos em sensações, principalmente, quando não sabemos o que se passa conosco.  E uma das sensações do momento é a de que o tempo passa depressa demais. Será?

O relógio de Londres, conhecido como Big Bem, que funciona em sintonia com o Royal Greenwich Observatory, famoso em marcar as horas precisas, não adianta, nem atrasa, apesar de sua manutenção periódica.  Só adiantou 5 minutos, desde sua existência, em virtude do pouso de pássaros em seus ponteiros, o que foi imediatamente corrigido.

À hora mundial deriva dele, em conexão com o fuso horário mundial, não deixando, portanto, de o dia ter24 horas, o ano 365 dias e 6 horas, e a hora 60 minutos.

No entanto, nós achamos que as horas passam depressa, os dias, os anos criando em nós a famosa SENSAÇÃO DA PRESSA.

Quando éramos crianças, eu e meus irmãos sentíamos uma demora enorme até chegar o próximo Natal.

 Hoje, já se passaram mais de trinta dias do início do ano, ainda sinto o cheiro da pólvora misturada ao perfume das mulheres na noite de Réveillon, quando em glamour abraçávamos, desejando feliz ano novo. O brilho dos fogos, o som dos TIM, TIM das taças, ao cheiro das iguarias em profusão sobre as mesas,  parece que foi ontem.

É o tempo que passa rápido ou é a pressa que está em nós? Oito horas de serviço é pouco, duas horas de almoço são quase nada, os finais de semana, voam. 

Só não passa depressa aquele minutinho do semáforo (sinal de trânsito). Esse, sim..., consome nossos cabelos.

Já estamos carecas de saber que controle de trânsito, fila de espera, engarrafamentos, existem para controlar a ansiedade humana. É terapia, mesmo!... Terapia obrigatória!

 Lá pelas tantas, resolvem, (as mulheres) se maquiarem, ler o horóscopo do dia, folhear aquela revista de modas, além do uso dos celulares e até depilarem-se dentro do carro no congestionamento, em vez de acionarem as buzinas, “xingarem” o Prefeito ou (pior), soltarem palavrões ao vento, que seria o normal, bom!... (Isto é para os homens...)

Mulher nunca está completamente arrumada. Ao passar por uma vidraça ou por um carro parado sempre se olha, ajeita a blusa, passa a mão no cabelo, e não sei por que empina o bumbum e olha através do espelho. Não sei se falta ou se sobra alguma coisa atrás?!

Quanto a nós (homens), aprendemos a nos comportar nesses ambientes que exigem paciência. Já que não temos o hábito de olharmos como os homens se vestem, contentamo-nos com um olhar “43” nas “canetas” das mulheres ou outras partes interessantes.  Porque mulheres não se vestem para homens admirá-las. Vestem-se para outras mulheres.

Outro dia, um amigo meu desafiou-me com uma pergunta interessante: o que as mulheres olham quando estão em público e o que os homens olham?

Eu prontamente respondi: as mulheres olham os homens e os homens às mulheres, é claro!

 Errado! Amigo. Os homens olham mulheres, carros, motos... Enquanto as mulheres olham: vitrines de lojas, (especialmente de produtos de beleza, sapatos, blusas) e, principalmente, para outras mulheres.

Verdade! Elas não olham homens, e sim, mulheres, no mínimo para copiarem seus “modelitos”, ou para criticarem suas caretices. 

Correto?... Eu demorei a perceber tal assertiva.   

E o tempo? Por que sempre pensamos que o tempo passa tão depressa?

Vejamos:

Tire umas férias e resolva passar na casa de Seu Júlio, (meu avô) lá, na sua granja.

O primeiro dia, excelente!...Quantas novidades interessantes!...Empolgação total!..., Lindas paisagens, animais, pássaros, fruteiras, matos, muitos matos!  Resultado, o dia passa depressa.

 Vem o segundo dia, o terceiro, período em que começamos a esquecer da rotina do dia a dia de trabalho, correria, trânsito, obrigações, etc., Paramos!

 A ojeriza aos pouco se instala em nós.

Que morosidade!... Nunca os dias demoraram tanto a passar, mesmo você correndo pra lá e pra cá em busca de frutos maduros, de novidades, de curiosidades existentes nesses lugares.

Observe Seu Júlio nas suas ações diárias? Seu andar lerdo no trato com os animais... Seu jeito de falar manso... Os dias para ele passam devagar... Devagar, quase parando!... Os anos, então?!...

 Ora!...É que ele está velhinho demais! Pensamos!...

                                   Olha lá!... Ele não está tão velho assim!...

                                             Só tem 135 anos, apenas. 

 

Publicado em 10/02/2014           

 

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